Quando você vai em shows ou lugares turísticos, percebe que a tecnologia criou uma espécie de fenômeno. A não-obrigatoriedade de gastar dinheiro pra ter suas fotos reveladas fez com que as máquinas fotográficas (e celulares) ficassem cada vez mais nervosas e ansiosas. É como se não desse pra perder um segundo, uma vista, um bicho no zoológico. Eu já fotografei 15 macacos, mas como todas as outras fotos vão ficar fora de foco, fora de enquadramento e longe pra cacete, vou tirar mais uma que vai sair do mesmo jeito.
A impressão que dá é que ninguém aproveita mais nada do que está fazendo. A diversão em todas as atividades é tirar 200 fotos que ninguém nunca vai ver e que vão ficar guardadas em um cd. Ou filmar uma música num show que depois não vai dar pra escutar nada. Por que não aproveitar ali, quando o cara tá na sua frente? Pra poder ver depois? Pra poder mostrar pros seus amigos? Ah, que solidário.
Esse fim de semana eu fui comprar filmes pra viagem. Eu compro filmes por causa das lomos. Eu não amplio, só revelo o negativo e escaneio, em outros casos não teria condições de manter o hobbie. E economizo as fotos, já que além dos filmes serem caros, a Holga só tira 12 fotos por filme, no máximo 16.
Mas eu tava quase nesse caso acima. Comprei filmes, um caderno de escrever e um de desenhar. Aí depois fiquei pensando que se eu realmente conseguir registrar tudo que eu tô planejando, nunca vou conseguir aproveitar nada. E olha que eu nem sei direito pra onde eu vou nem o que vou fazer.
Vamos viver a vida, não é verdade? Vamos tirar fotos sim, sem nunca esquecer de fazer backup. Mas o agora é agora, e é bem mais legal do que ficar babando no flickr 5 anos depois.
Ah, e por favor, a não ser que o seu celular seja monstruoso, esqueça aquelas coisas horrorosas pixeladas, ok? Internet limpa djá.
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Um comentário:
http://www.mininova.org/tor/881364
saiu!
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