segunda-feira, 13 de outubro de 2008

et telefone minha casa

vocês já sabem, né, eu tenho medo de et. et indiscriminadamente, não só aquele do filme. aliás aquele específico eu nem tenho medo, acho mais assustadores aqueles clássicos magrelo, olhão, bração, careca, andando pelado por aí.

é trauma de infância, medo irracional, desses que não se explica. isso desde sempre. desde que eu me entendo por gente. desde que o meu pai falava no meio da estrada toda vez que a gente viajava de noite que ali era o cenário perfeito pra baixar um disco voador. desde que eu folheava escondida "eram os deuses astronautas" do meu avô.

às vezes parece mais específico do que isso, e eu tenho a impressão de que, na verdade, eu tenho medo de filme de et. claro que também teve o fantástico, que quando a gente era criança, vocês lembram, só passava relato de gente abduzida e alien dissecado. e como todas essas coisas que dão medo, eu também ficava, por outro lado, muito curiosa. acabava pegando escondida os filmes que meu primo ou meu pai alugavam, e via escondida de madrugada, pra depois, é claro, ficar várias semanas sem conseguir dormir direito.

pode ser a análise, pode ser a velhice, mas sexta feira sem entender direito acabei alugando meu ultimate trauma: contatos imediatos do terceiro grau. lá em casa tinha o vinil da trilha sonora, e imaginar o filme inteiro só por aquelas fotinhos assustadoras era inevitável. tentei ver alguma vezes, quando criança, quando eu cresci, até mesmo depois que júlia nasceu, mas eu não conseguia. desligava antes do final e ficava sem conseguir dormir assim mesmo.
vendo hoje, acabei achando o et meio tosco. como sempre, o filme todo é muito mais assustador, pela tensão e pelo suspense, do que o indivíduo alienígena ele mesmo, que hoje em dia parece inevitavelmente ter sido feito de massa de modelar. de qualquer forma, são quase três da manhã, e eu ainda não fui dormir.

a minha vida toda eu ouvi a história de que, quando a minha mãe tava indo pra maternidade, meu pai e minha vó viram umas luzes "não identificadas" no céu. ele brincava comigo, dizendo que eram os ets que tavam vindo me trazer. vai ver que é isso, eu tenho medo que um dia eles venham me buscar de volta.

7 comentários:

Rainman Raymond disse...

lembrei de tu.

Patricia Scarpin disse...

Eu tenho pavor. Pavor!
Fiquei umas duas semanas tendo pesadelo depois que vi "A Última Profecia". E quer me matar do coração mesmo? Diz que é baseado em fatos reais.

Milady Carol disse...

Nossa, idem idem idem, inclusive o "Eram os deuses astronautas" que eu também lia na casa do meu avô. Tinha uma escultura la de um astronauta maia (azteca?? sei la) que me deixava apavorada. Tô me sentindo menos só.

silvia disse...

passarei longe da última profecia pra sempre.

mas o pior de todos do mundo não gosto nem de lembrar que existe é FOGO NO CÉU.

eita porra.

B. disse...

Aqui em casa o povo muito associaria as "luzes não identificadas" a caminho da maternidade com Reis Magos, estrela guia, etc. O que quer dizer que na minha família você seria, tipo, DEUS. Veja só.

B. disse...

O que, pensando bem, nos leva novamente a "eram os deuses astronautas?", né? haahahahaha! perigo!

silvia disse...

difícil, né.
mas acho que preferia se et do que ser deus, hein.
=)