foi assim, quando eu tinha uns seis anos, a minha mãe me levou pra tomar sorvete ali no espinheiro, naquela rua que tem aquele supermercado que sempre muda e que se você for em frente vai cruzar a avenida norte e parar na estrada de belém. é que eu não lembro mais o nome da rua. não que eu renegue minhas origens, é que eu sou ruim de nomes de ruas e direções, mesmo.
aí eu já sabia ler, mas não conseguia escolher o sabor do sorvete que eu queria. então fui no oculista e pronto, faz 23 anos que eu uso óculos.
nem sempre eles foram muito bonitos. na minha adolescência eu era particularmente desarrumada, e prendia metade do cabelo (que era enorme, até a bunda quase, e eu não cortava nem por decreto) com uma fivela, colocava um diadema pra segurar os bolinhos desarrumados, e ainda usava um óculos que era metade da minha cara. você sabe, aqueles óculos dos anos 80-90. eu tive até óculos de oncinha de perigosas peruas. lembra, que foi moda? pois eu tinha.
lá pra o segundo grau eu resolvi usar lente de contato. aí eu usei, usei, usei, e aí deu pau. me arranhava o olho, num tinha jeito. troquei de lente, ficava usando uma lente caríssima que durava quinze dias. mesma coisa. troquei de novo, lente ainda mais caríssima, de usar só uma vez e jogar fora. aí foi isso, de vez em quando eu usava, mas cada vez mais tinha preguiça, e precisava tá muito afim de me montar pra usar a lente. por essa época eu já era disáiner e aí já tinha autonomia pra comprar uns óculos mais bacaninhas e ok, vivia a minha vida.
sendo que eu era meio super cega. desde de a oitava série, eu tinha o que, uns 12 anos, meu grau já era o mesmo. faz aí as contas. faz é tempo.
graças a essa estabilidade, me deixaram e me incentivaram a fazer essa cirurgia. eu sempre pesquisava, e sondava, mas nunca fui em frente. mas aqui em são paulo, você sabe, eles são umas máquinas de fazer dinheiro. então um mês atrás mais ou menos eu fui no médico porque meu olho tava seco (como todos os olhos dessa cidade). eu não tinha oculista aqui em sampa, sempre ia pra minha lá no IOR, na rua do IOR, em recife.
sei que em meia hora, a moça que eu nem conhecia já tinha até programado no computador os exames que eu tinha que fazer pra cirurgia. aí faltou só descobrir que sim, o plano cobria o procedimento. eu tive que gastar algum dinheiro porque tinha essas "aberrações" (não tinha nome melhor, né) na minha córnea, e ia precisar fazer um exame extra plus, mas que eu ia enxergar bem melhor. e aí, né, como eu sou disáiner e meu olho é bem dizer a minha vida, e no fim das contas era mais barato do que umas duas caixas de lente, marquei tudo e fui em frente.
esse post era pra contar como foi a cirurgia, porque eu queria que alguém tivesse me contado o que era que ia acontecer comigo, e todas essas perguntas que todo mundo me fez, como é, quanto tempo, e eu nem sabia responder e agora sei. mas aí isso fica pra depois.
o que fica agora é que eu não sou mais aquela gorda de óculos.
quem sou eu agora?
ui.
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7 comentários:
ai, sil, que coisa boa! eu sempre quis e nunca tive coragem!!! você é minha heroína!!
:)
ps: e aí, zerou?
só vou medir daqui a um mês, é o tempo que leva pra chegar seja lá onde for.
você é a moça bonita e magra de olhos grandes que eu pago tanto pau. =*
magra não, né. gordinha. cheinha. normal, ainda vai. mas magra, não, me recuso.
a fase da aceitação da magreza ainda há de chegar.
Syl, nós ex-gordos temos que aprender a aceitar esses magros que surgiram de nós. Mas eu gosto dos meus oclinhos, não sei se faria cirurgia mesmo se pudesse, não.
bem vinda ao clube
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